PCP denuncia chantagem<br>sobre a Grécia

O PCP de­nuncia todo o pro­cesso de chan­tagem, pressão e im­po­sição que ro­deia o acordo agora anun­ciado, em que fica bem pa­tente a hi­po­crisia da União Eu­ro­peia e dos seus prin­ci­pais res­pon­sá­veis.

In­de­pen­den­te­mente de ul­te­rior aná­lise ao con­teúdo e con­sequên­cias deste acordo, o que so­bressai neste pro­cesso é que as ori­en­ta­ções e li­mites im­postos pela União Eu­ro­peia e pela União Eco­nó­mica e Mo­ne­tária cons­ti­tuem ina­cei­tá­veis cons­tran­gi­mentos ao de­sen­vol­vi­mento de po­lí­ticas em favor dos le­gí­timos in­te­resses e as­pi­ra­ções dos povos, res­pei­ta­doras da sua von­tade e so­be­rania.

O que o ac­tual acordo tes­te­munha é não só a na­tu­reza e ob­jec­tivos da po­lí­tica da União Eu­ro­peia de in­ten­si­fi­cação da ex­plo­ração e re­dução de di­reitos dos tra­ba­lha­dores e dos povos, mas também a pa­tente li­mi­tação de en­frentar esses ob­jec­tivos sem afirmar co­e­ren­te­mente o di­reito de cada povo a uma opção so­be­rana de de­sen­vol­vi­mento.

O PCP ex­pressa a sua so­li­da­ri­e­dade aos tra­ba­lha­dores e ao povo grego e va­lo­riza o papel da sua luta, bem como da luta dos res­tantes povos da Eu­ropa, na de­fesa e con­quista de di­reitos e da me­lhoria das suas con­di­ções de vida que, como o acordo agora anun­ciado vem mais uma vez com­provar, são sis­te­ma­ti­ca­mente ne­gados pelos pi­lares e na­tu­reza do pro­cesso de in­te­gração ca­pi­ta­lista na Eu­ropa.

O PCP con­dena a pos­tura do Go­verno por­tu­guês que ver­go­nho­sa­mente se afirmou como um dos mais de­votos se­gui­dores da ofen­siva de­sen­ca­deada pela União Eu­ro­peia vi­sando a im­po­sição da con­ti­nu­ação das po­lí­ticas de re­tro­cesso so­cial e de em­po­bre­ci­mento. Uma pos­tura tão mais con­de­nável quanto con­trária ao in­te­resse e dig­ni­dade na­ci­o­nais.

O que este pro­cesso vem com­provar é que só uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda pode pro­mover em Por­tugal o de­sen­vol­vi­mento e o pro­gresso eco­nó­mico e so­cial e romper com o ca­minho de de­clínio para onde o País está a ser ar­ras­tado. É esse o ca­minho de afir­mação so­be­rana que o PCP propõe e que está de­ter­mi­nado a tri­lhar as­su­mindo todas as res­pon­sa­bi­li­dades que o povo lhe en­tenda atri­buir e que as­sen­tará sempre na von­tade, in­ter­venção e força dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês.

20.02.2015
O Ga­bi­nete de Im­prensa do PCP




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